Se há uma constante em nossa área de SEO e marketing digital, é a mudança.
A cada ano, somos confrontados com novas tecnologias, atualizações de algoritmos e mudanças no comportamento do consumidor que nos forçam a reaprender, adaptar e evoluir.
Me lembro de cada grande “chacoalhão” do mercado: Panda, Penguin, a ascensão do mobile-first, a obsessão pela velocidade da página.
Em cada um desses momentos, vi profissionais brilhantes se dividindo em dois grupos: os que mergulhavam na complexidade para entender a nova realidade e os que, com uma confiança inabalável, afirmavam que “nada mudou de verdade, é só o básico bem feito”.
Hoje, estamos diante da maior transformação desde a invenção da busca em si: a era da Inteligência Artificial Generativa.
E, mais uma vez, vejo o mesmo padrão se repetindo.
A diferença é que, desta vez, a armadilha da autoconfiança é mais sutil e perigosa do que nunca: Há um viés cognitivo, um velho conhecido da psicologia, que está agindo silenciosamente em equipes e estratégias, ameaçando deixar para trás até os mais experientes.
É um fenômeno que nos faz acreditar que sabemos mais do que realmente sabemos, justamente quando o custo de não saber é mais alto.
Estou falando de um perigo que não está no algoritmo, mas dentro de alguns, e ignorar isso pode ser o erro mais caro que sua empresa cometerá nesta década.
E nessa edição da Newsletter SEO de Performance, quero te mostrar como o efeito Dunning-Kruger se manifesta no SEO e como o GEO está separando aqueles que apenas seguem receitas antigas…
Agora, vamos ao que interessa.
O fenômeno que mencionei acima tem um nome: Efeito Dunning-Kruger, e abaixo vemos uma imagem sobre ele.


Descrito pelos psicólogos David Dunning e Justin Kruger, ele revela uma verdade desconfortável sobre a natureza humana: pessoas com menos conhecimento ou habilidade em um determinado domínio tendem a superestimar massivamente seu próprio conhecimento ou habilidade.
Graficamente, o efeito é representado por uma curva.
Uma pessoa com conhecimento zero tem confiança zero, mas basta um pouco de aprendizado superficial sobre um tema para que sua confiança dispare, atingindo um pico.
À medida que a pessoa continua a aprender, ela começa a perceber a vasta complexidade do assunto, e sua confiança despenca para o “Vale do Desespero” e somente com muito estudo e prática ela consegue, gradualmente, escalar a “Ladeira da Iluminação” e atingir um platô de confiança realista, onde a competência e a autopercepção finalmente se alinham.
No mundo do SEO, todos nós já escalamos essa montanha diversas vezes.
Lembre-se de quando você aprendeu sobre title tags e meta descriptions e achou que tinha “zerado” o SEO on-page?
Depois, descobriu sobre hreflang, canonical tags, schema markup, renderização de JavaScript e percebeu que o buraco era muito mais embaixo.
Agora, a IA Generativa nos apresentou uma nova montanha para escalar, e se chama GEO (Generative Engine Optimization).
E o que vejo, com preocupação, é uma legião de profissionais de marketing e SEO acampados confortavelmente, olhando para a paisagem e afirmando com toda a certeza: “GEO é só SEO com outro nome”.
Essa afirmação não poderia estar mais perigosamente errada.
Neste Artigo Você Vai Ver:
GEO não é o Novo SEO: É a Próxima Camada do SEO.
Para ser claro, GEO é, sim, um subconjunto do SEO, pois o objetivo final continua sendo aumentar a visibilidade orgânica.
No entanto, tratá-lo como uma simples extensão das práticas atuais é como um médico de família achar que pode realizar uma neurocirurgia complexa porque ambos são “medicina”.
Afinal, quantos sites não vemos na primeira posição do Google, mas que não estão na sGE, na IA Mode e nem nas respostas do chatGPT ?
As nuances, as ferramentas e as consequências são drasticamente diferentes.
O SEO tradicional, como o conhecemos, foca em otimizar ativos (páginas, imagens, vídeos) para serem classificados em uma lista de resultados (a SERP dos buscadores, como o Google, Bing, etc.).
O objetivo principal é ganhar o clique. Ponto.
O usuário vê uma lista de links azuis (como normalmente dizem os gringos.. rsrs), escolhe o mais promissor e aterrissa em seu site: A jornada é clara.
O GEO, (Generative Engine Optimization) por outro lado, foca em otimizar informações e entidades para serem integradas diretamente em uma resposta gerada por IA.
O objetivo não é mais apenas ganhar o clique, mas sim se tornar a fonte da resposta.
As IAs atuam como um intermediários que consomem o conteúdo de diversas fontes, o sintetizam e apresentam uma resposta conversacional e direta ao usuário e nesse novo modelo, seu site não é mais o destino inicial, mas uma possível fonte de aprofundamento ou validação.
A jornada do usuário foi fundamentalmente alterada.
Ignorar essa distinção é o primeiro sintoma da superconfiança gerada pelo efeito Dunning-Kruger.
Profissionais que passam a vida inteira otimizando para cliques e posições podem acreditar que as mesmas táticas funcionarão para serem “citados” por uma IA.
E é aí que as nuances cruciais são perdidas.
As Nuances Imediatas que o Dunning-Kruger nos Impede de Ver
Quando alguns profissionais falam sobre GEO, eles tendem a ignorar necessidades imediatas e radicalmente diferentes da otimização tradicional, como por exemplo:
1. De Palavras-Chave a Vetores de Intenção: O SEO tradicional ainda se apoia muito em palavras-chave, já os LLMs (Large Language Models ou as IAs como chatGPT, Gemini, Claude, Perplexity, etc.) que alimentam a busca generativa pensam em conceitos, entidades e vetores semânticos.
A otimização para GEO é menos sobre a correspondência exata de uma string de busca e mais sobre a profundidade e a clareza com que seu conteúdo cobre um tópico ou entidade.
A IA não está procurando a página que melhor corresponde à palavra-chave “melhores tênis de corrida 2025”, mas sim as informações que melhor respondem à intenção por trás da pergunta, cruzando dados de reviews, especificações técnicas, reputação da marca e contexto do usuário.
2. A Estrutura é a Mensagem: No SEO clássico, uma boa estrutura (H1, H2, listas) ajuda na legibilidade e na indexação, mas em GEO, a estrutura é absolutamente crítica para a “digestão” do conteúdo pela IA.
A máquina precisa de informações “atomizadas” , ou sejam pedaços de conteúdo claros, diretos e autocontidos.
- Formato de Pergunta e Resposta (FAQ): Deixa de ser uma “tática de SEO” para se tornar um requisito fundamental;
- Dados Estruturados: Não é mais um “plus” para ter rich snippets, é a linguagem primária que você usa para explicar explicitamente o conteúdo da sua página para a IA, reduzindo a ambiguidade;
- Clareza e Concisão: Parágrafos longos e discursivos são péssimos para a extração de informações, pois a IA prefere frases curtas e objetivas que possam ser facilmente citadas.
3. E-E-A-T em Nível Exponencial: O conceito de Experiência, Expertise, Autoridade e Confiança (E-E-A-T) já é um pilar do SEO, e em GEO, ele é o alicerce de tudo.
Uma IA generativa tem um enorme risco reputacional: fornecer informações erradas.
Para mitigar isso, ela busca incessantemente por sinais de confiança.
- Conteúdo Assinado por Especialistas: O “quem” escreveu se torna tão importante quanto “o que” foi escrito.
- Citações e Fontes: Seu conteúdo precisa ser verificável. Fazer afirmações sem citar fontes confiáveis (estudos, dados, pesquisas) torna seu conteúdo menos “confiável” para a IA.
- Consistência da Marca: A IA não olha apenas para o seu site., ela varre a web em busca de menções à sua marca, reviews, artigos na imprensa e discussões em fóruns para construir um “perfil de confiança” e a reputação digital se torna um fator de ranqueamento direto e mensurável.
Aquele que acredita que GEO é “apenas SEO” ignora que agora precisa pensar como um bibliotecário, um acadêmico e um gestor de reputação, tudo ao mesmo tempo.
Finalizando: GEO não é uma nova camada do SEO, é uma mudança de paradigma.
Chegamos ao ponto crucial: O trabalho para Generative Engine Optimization (GEO) não é uma atualização incremental, é uma mudança de paradigma na forma como a informação é descoberta e consumida.
E, como em toda grande mudança, ela expõe a perigosa armadilha do Efeito Dunning-Kruger, um viés cognitivo que leva profissionais com conhecimento superficial sobre GEO a superestimar drasticamente sua competência.
Muitos no nosso campo, confortáveis com anos de experiência em SEO tradicional, estão agora proclamando que “é tudo a mesma coisa” e que “o básico bem feito” será suficiente.
Esse é um problema que pode custar a visibilidade e a relevância de uma marca no futuro próximo.
Não, você não deve deixar de trabalhar seu SEO JAMAIS pois ele continua sendo ESSENCIAL, porém existe uma nova demanada.
Pois a verdade é que, embora GEO seja um braço do SEO, ele opera sob um conjunto de regras com algumas nuances próprias e necessidades imediatas distintas.
O foco muda da classificação em uma lista para a integração em uma resposta, e isso significa que nosso trabalho não é mais apenas ganhar o clique, mas nos tornarmos a fonte da verdade para a IA.
E para isso, você precisa urgentemente adaptar suas estratégias.
Temos que evoluir nossa mentalidade de “palavras-chave” para “entidades e intenções”, compreendendo que as IAs processam o mundo de forma conceitual.
Precisamos reestruturar nosso conteúdo para ser “digerível” por máquinas, utilizando dados estruturados de forma explícita e adotando formatos de pergunta e resposta não como um truque, mas como um padrão.
A IA precisa de fatos, fontes e autores confiáveis para mitigar o risco de desinformação, e a reputação da sua marca em toda a web em artigos de terceiros, em reviews, em menções sociais torna-se um sinal de ranqueamento direto e poderoso para o GEO.
Ignorar algumas dessas diferenças não é uma opção estratégica; é uma falha em reconhecer a evolução do campo de jogo.
A jornada para dominar o GEO exige que desçamos voluntariamente do pico da autoconfiança, reconhecermos a complexidade do desafio e, com humildade e estudo contínuo, comecemos a subir a “Ladeira da Iluminação”.
O futuro do SEO pertence àqueles que têm a sabedoria de saber o que não sabem e a coragem de aprender de novo.
E aí, o que você acha disso?
Tem dúvidas?
Já está trabalhando para a perte de GEO da sua empresa?
Já tinha ouvido falar sobre o Efeito Dunning-Kruger?
Me manda um e-mail !
Nos vemos na próxima edição da minha Newsletter SEO de Performance.
Dica: Se sua empresa deseja alcançar resultados mais expressivos na era moderna do SEO (inclusive no Rankeamento e Citação de I.A.), considere investir em uma mentoria especializada, como a minha Mentoria de SEO de Performance.
Meu último recado:
Caso você ou sua empresa tenham interesse, eu posso fazer o seu Topic Cluster (Cluster de Conteúdo) para a palavra-chave ou assunto que você desejar ter autoridade tópica e ser visto pelo Google, pela SGE do Google e pelas IAs como uma autoridade nessa palavra-chave ou assunto, basta acessar https://contentbooster.ai/
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