Durante muitos anos, medir SEO foi relativamente simples: Olhávamos para ranking, tráfego orgânico, CTR, conversões e, com um pouco mais de maturidade, para impacto em receita.
Essas métricas não eram perfeitas, mas funcionavam bem dentro de um modelo de busca em que o Google atuava como intermediário entre pergunta e clique.
Só que esse modelo está se desfazendo.
Nos últimos meses, ficou cada vez mais evidente que o Google deixou de ser apenas um mecanismo de direcionamento de tráfego e passou a atuar como um sistema de resposta.
Ao mesmo tempo, modelos de linguagem como ChatGPT, Gemini, Claude e Perplexity começaram a ocupar um espaço que antes era exclusivo do search tradicional: o momento da descoberta, da comparação e da decisão.
O resultado disso é uma mudança profunda no que significa “ter visibilidade”.
Em muitos casos, o usuário já não precisa clicar, ele recebe uma resposta sintetizada e dentro dessa resposta, algumas marcas aparecem… e outras simplesmente deixam de existir.
É aqui que entra um conceito que, na minha opinião, vai adicionar uma forma adicional para avaliarmos SEO a partir de 2026: a percepção das marcas dentro dos modelos de IA.
Nesse episódio da minha Newsletter SEO de Performance, eu quero te mostrar por que as IAs não são apenas um novo canal, mas um novo sistema de memória coletiva, como essa memória está mudando mês a mês e por que monitorar como sua marca aparece (ou não aparece) nas respostas de IA vai se tornar uma das métricas mais importantes do SEO moderno.
Então vamos ao que intreressa!
Neste Artigo Você Vai Ver:
O SEO sempre mediu visibilidade, só mudou o “onde”
Se a gente olhar com calma, o SEO nunca foi só sobre tráfego, ele sempre foi sobre presença.
Estar visível quando alguém procura algo, ser lembrado no momento certo, influenciar uma decisão.
O que mudou agora é o lugar onde essa presença acontece.
Antes, o ranking era o principal espaço de disputa.
Hoje, a disputa começa antes do clique e em muitos casos, termina sem ele.
As IAs generativas passaram a atuar como filtros cognitivos, e elas não apenas mostram opções; elas resumem o mercado, explicam categorias, comparam soluções e sugerem caminhos.
Isso significa que, cada vez mais, a percepção que esses modelos constroem sobre marcas, produtos e serviços passa a influenciar diretamente decisões humanas.
Em outras palavras: as IAs estão formando opinião.
O conceito de “perception drift” aplicado ao SEO
Um ponto muito importante é o chamado LLM perception drift.
Traduzindo para o nosso contexto: trata-se da forma como a percepção que um modelo de IA tem sobre uma marca muda ao longo do tempo.
E aqui está o detalhe crítico: Essa percepção não muda em ciclos longos, como rankings tradicionais, ela pode mudar mês a mês.
Se um modelo começa a associar sua marca a um determinado segmento, categoria ou solução, essa associação passa a se repetir nas respostas.
Se essa associação enfraquece, some ou é substituída por concorrentes, sua marca deixa de ser mencionada, mesmo que seu site continue ranqueando bem.
Isso cria um cenário completamente novo para o SEO: Não basta mais “manter posições”, éÉ preciso manter relevância na memória das IAs.
Por que isso vira métrica (e não só curiosidade)
Em 2026, as empresas mais maduras vão perceber que existe uma diferença enorme entre o que o Google mostra em links e o que as IAs dizem quando explicam a busca
E essa diferença começa a impactar métricas reais de negócio.
Imagine um cenário B2B simples:
Um decisor pergunta para uma IA “quais são as principais plataformas de X para medias empresas?”.
Se sua marca não aparece nessa resposta, você perdeu algo muito mais valioso do que um clique: Você perdeu lembrança espontânea.
Essa lembrança espontânea, historicamente, sempre foi medida por pesquisas de branding, e agora, ela pode ser observável também dentro das respostas das IAs.
Por isso, sim: A presença (ou ausência) da sua marca nas respostas de IA vai se tornar uma métrica de SEO.
SEO passa a influenciar diretamente o posicionamento mental
Aqui está uma mudança conceitual importante.
Durante muito tempo, branding e SEO caminharam separados.
Branding cuidava de percepção, SEO cuidava de tráfego.
Essa separação não se sustenta mais.
As IAs não diferenciam “conteúdo de marca” de “conteúdo informacional” da mesma forma que o search clássico fazia, elas analisam autoridade, consistência, contexto e frequência de associação.
Se sua marca aparece repetidamente associada a determinados conceitos, categorias e soluções, ela passa a ser tratada como referência.
Se não aparece, ela deixa de existir naquele mapa mental algorítmico.
O SEO, portanto, passa a ser uma disciplina que influencia posicionamento mental algorítmico, algo que antes era exclusivo da publicidade e do branding tradicional.
Métricas tradicionais não capturam esse efeito
Aqui está o problema: GA4, Search Console e ferramentas tradicionais de SEO não mostram isso.
Você pode estar com tráfego estável, posições razoáveis e conversões acontecendo… e ainda assim, estar perdendo espaço na percepção das IAs.
Esse é um tipo de erosão silenciosa: Ela não aparece como queda brusca, ela aparece como perda gradual de menções, de associações e de relevância percebida.
Quando o impacto chega ao funil, muitas vezes já é tarde.
Por isso, as empresas que se anteciparem vão começar a monitorar métricas complementares, como:
- Frequência de menção da marca em respostas de IA;
- Tipos de perguntas em que a marca aparece;
- Categorias e atributos associados à marca;
- Comparação qualitativa com concorrentes nas respostas.
O bom é que isso não substitui SEO tradicional, isso expande o SEO.
O papel do conteúdo nessa nova métrica
Nada disso acontece por acaso.
As IAs constroem suas respostas a partir de padrões, e esses padrões vêm do conteúdo disponível na web, além de alguns critérios, ams isso fica para outra newsletter.
Conteúdos bem estruturados, consistentes, atualizados e focados em entidades ajudam os modelos a entenderem “quem é quem” em cada mercado.
Já conteúdos genéricos, superficiais ou desconectados enfraquecem a associação.
É por isso que estratégias como clusters bem definidos, autoridade tópica, consistência editorial e clareza de posicionamento deixam de ser apenas boas práticas de SEO e passam a ser estratégias de influência algorítmica.
Mas a velocidade das mudanças é o que assusta
Um ponto que merece destaque é a velocidade.
Rankings tradicionais costumam mudar de forma relativamente lenta, já a percepção das IAs pode mudar rapidamente, porque ela depende de:
- Novos conteúdos publicados;
- Atualizações frequentes;
- Mudanças no comportamento do mercado;
- Novos players ganhando relevância.
Isso cria um ambiente onde monitorar mensalmente como sua marca aparece nas respostas de IA passa a ser essencial.
Quem olha só para indicadores trimestrais ou semestrais vai acabar reagindo tarde demais.
O impacto específico em mercados B2B
No B2B, esse efeito é ainda mais forte.
Decisões são mais longas, mais racionais e mais baseadas em comparação.
Se uma IA começa a sugerir consistentemente determinados fornecedores como “os mais conhecidos”, “os mais usados” ou “os mais confiáveis”, isso molda o funil desde o topo.
Mesmo que o decisor não compre diretamente a partir da IA, a percepção inicial já foi criada, e muitas vezes, ela exclui marcas que não aparecem nesse primeiro contato.
Por isso, o SEO B2B entra em uma nova fase: Não basta ser encontrado, é preciso ser lembrado.
Finalizando:O SEO não acabou!
O que estamos vendo agora não é o fim do SEO, é a sua expansão para um território muito mais estratégico.
Em 2026, as empresas que tratam SEO apenas como geração de tráfego ou o maldito “last click” vão perceber que estão medindo só uma parte do problema.
As IAs estão se tornando intermediárias cognitivas, elas não apenas direcionam usuários; elas explicam o mundo para eles e nesse processo, constroem mapas mentais sobre mercados, categorias e marcas.
A presença da sua marca nesses mapas (ou a ausência dela nesses mapas) passa a ter impacto direto em aquisição, branding e receita.
É por isso que a percepção das IAs se torna uma métrica de SEO, não como substituição das métricas clássicas, mas como complemento essencial.
O conceito de perception drift deixa claro que essa percepção não é estática.
Ela muda rápido e muda com base em sinais que o SEO já conhece bem: conteúdo, estrutura, autoridade, consistência e foco.
A diferença é que agora esses sinais não servem apenas para ranquear páginas, eles servem para moldar o que as IAs “lembram” quando alguém pergunta sobre o seu produto ou serviço.
Para líderes de marketing, CMOs, heads de growth e fundadores, isso exige uma mudança de mentalidade onde o SEO deixa de ser apenas um canal e passa a ser uma alavanca de posicionamento algorítmico.
Para analistas e times de SEO, o desafio cresce mas a oportunidade também: Quem entender primeiro como influenciar essas percepções vai sair na frente em mercados cada vez mais disputados.
Em 2026, não vai importar apenas onde sua marca aparece, vai importar como ela é descrita, em que contexto ela é lembrada e com quem ela é comparada.
E isso, gostemos ou não, passa pelas IAs.
O SEO que ignora isso vai continuar olhando para gráficos.
O SEO que entende isso vai começar a moldar narrativas, inclusive as narrativas algorítmicas.
Esse é o próximo nível do jogo. E qual jogo sua empresa vai jogar?
Nos vemos na próxima edição da minha Newsletter SEO de Performance.
Dica: Se seu time de SEO deseja alcançar resultados mais expressivos na era moderna do SEO (inclusive no Rankeamento e Citação de I.A.), considere investir na minha Mentoria de SEO de Performance.
Meu último recado:
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